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Uma das técnicas que é base para o uso de diversas outras é a partição de equivalência, ela é bem simples e permite que você tenha uma visão inicial de como você pode começar a definir o que testar. Ela se baseia em um princípio simples: a identificação de entradas e saídas da aplicação. Sem isso, é impossível utiliza-la. Apenas lembrando, a entrada é a interface entre o humano e a máquina e as saídas são as interações entre a máquina e o usuário após o processamento das entradas. Dado isso, reflita, quais são os dados de entrada que vemos no requisito abaixo?

Desenvolvedores plenos podem fazer revisão de código e scripts não são aceitos com mais que 400 linhas de código.

Para auxiliar sua reflexão, pense que você está implementando um software que possui esse requisito, então identifique quais são as entradas de informações que o usuário teria de prover ao software. Bem, chegaremos a duas entradas, que serão Senioridade e Quantidade de Linhas de Código. Uma vez identificadas as entradas, pensamos em quais são as faixas de valores permitidos para cada uma delas com base no conhecimento que temos do universo relacionado ao produto, a cada faixa encontrada, damos o nome Partição de Equivalência. É interessante, pois quando fazemos esse exercício, identificamos características que não estavam descritas explicitamente nos requisitos, identificando assim inconsistências relacionadas a incompletude do mesmo. Abaixo vemos as partições relacionadas a cada uma das entradas que encontramos:

  • Senioridade = { Junior, Pleno e Senior }
  • Quantidade de Linhas de Código = { Menor ou igual que 400 linhas e Maior que 400 linhas }

Perceba, essa técnica permite que você consiga identificar claramente o escopo de o que precisa ser exercitado para parte da regra de negócios e isso inclui, muitas vezes, informações que não estavam declaradas claramente nos requisitos. Em testes automatizados, chamamos de Teste Flaky, um teste que pode passar ou pode falhar, de maneira aleatória. costumo dizer que testar apenas com base no requisito, sem utilizar técnicas como essa é o mesmo que confiar em Teste Flaky. Pois, como vimos, as técnicas revelam características até então omitidas nos requisitos.

Júlio apresentando a frase da legenda.
Testar baseando-se apenas em o que está escrito nos requisitos, sem usar técnicas de teste, é o mesmo que confiar em Testes Flaky

O próximo passo então é permutar as informações e declarar quais são os resultados esperados para cada combinação:

  • Senioridade Junior com Quantidade de Linhas de Código Menor ou igual que 400 linhas
  • Senioridade Junior com Quantidade de Linhas de Código Maior que 400 linhas
  • Senioridade Pleno com Quantidade de Linhas de Código Menor ou igual que 400 linhas
  • Senioridade Pleno com Quantidade de Linhas de Código Maior que 400 linhas
  • Senioridade Senior com Quantidade de Linhas de Código Menor ou igual que 400 linhas
  • Senioridade Senior com Quantidade de Linhas de Código Maior que 400 linhas

Como mencionado anteriormente, essa técnica serve como base para muitas outras técnicas, por isso é primordial que vocês, como pessoas que testam aplicações, sejam capazes de utilizá-la em seu dia a dia para suportar suas atividades de definição de o que testar de maneira sistemática.

Bons testes!

Post Author: Júlio de Lima